terça-feira, 26 de maio de 2015

Desenvolvimento Cognitivo

Falar sobre desenvolvimento cognitivo implica antes de tudo, falar sobre cognição. A definição de cognição até hoje não é tão clara quanto deveria, afinal, “qualquer coisa” que esteja relacionada ao cérebro é chamado de cognição.  No entanto, é importante dar nome aos bois antes de falarmos deles.
Uma definição breve e objetiva do termo é:
“Cognição refere-se a um conjunto de habilidades cerebrais/mentais necessárias para a obtenção de conhecimento sobre o mundo. Tais habilidades envolvem pensamento, raciocínio, abstração, linguagem, memória, atenção, criatividade, capacidade de resolução de problemas, entre outras funções.”
O conceito de cognição, portanto, nos remete aos processos cognitivos que são desenvolvidos desde a mais tenra infância até os findos anos do envelhecimento. Importante notar que o desenvolvimento está diretamente relacionado à aprendizagem, ou seja, um não ocorre sem o outro. Este processo acontece em espiral crescente nos dando a noção de avanços no desenvolvimento em contínuo crescimento:
 [DESENVOLVIMENTO –> ADAPTAÇÃO –> APRENDIZAGEM]
Agora sim, podemos falar de desenvolvimento cognitivo que pode ser entendido como:
“Um processo pelo qual os indivíduos adquirem conhecimento sobre o mundo ao longo da vida”.
Adquirir conhecimento sobre o mundo ao longo da vida equivale a dizer que estamos sujeitos a adaptação ao meio praticamente o tempo todo. Assim, não é errado dizer que em condições normais, estamos nos desenvolvendo cognitivamente todos os dias enquanto vivermos.
Entrando em terrenos mais remotos, Jean Piaget foi um dos primeiros estudiosos preocupado em estudar as fases do desenvolvimento cognitivo infantil. Seu interesse estava voltado para a investigação de quais habilidades estavam vinculadas em cadaestágio do desenvolvimento. Para determinar essas fases, seus estudos duraram décadas e seus sujeitos de pesquisa foram seus próprios filhos.
Em suma, o interesse de Piaget estava voltado para o estudo de como os organismos se adaptam ao meio, sendo esta adaptação dependente de um “cérebro maduro”. Ou seja, era preciso que o cérebro estivesse pronto, desenvolvido o suficiente para responder às demandas do meio de forma inteligente.
Embora Piaget tenha sido reconhecido pelo seu trabalho, foi também muito criticado por interpretações mal elaboradas de sua teoria. Atualmente temos concepções teóricas mais recentes que complementaram suas ideias e outras que tomaram uma posição mais contrária. Inclusive, uma delas compreende que o desenvolvimento cognitivo não ocorre em fases progressivas, como se B só pudesse ser desenvolvido se A já o estivesse antes.
Essa abordagem mais recente, que pode ser denominada de “Revolução Biológica” considera que, nós humanos nascemos com mais capacidades inatas do que se acreditava no início. Um exemplo que pode ilustrar essa ideia é a do famoso músico Mozart, que aos 4 anos de idade, já era capaz de dominar em 30 minutos sua primeira composição musical. É claro que Mozart foi uma criança-prodígio que aprendia a uma velocidade galopante as composições musicais. No entanto, não podemos desconsiderar essas novas concepções, que hoje têm se dedicado ao estudo da percepção e das habilidades motoras em bebês na tentativa de compreender o funcionamento da mente.
Bem, sem tomar qualquer postura defensiva de um lado ou de outro, o intuito deste post foi o de torná-lo um terreno fértil para uma pergunta fundamental (pelo menos para mim): qual seria a principal questão a ser respondida pelo estudo do desenvolvimento cognitivo?
Arriscaria dizer que os especialistas da área de desenvolvimento cognitivo infantil estão principalmente preocupados com a forma em como os processos relacionados a cognição vão se estruturando em etapas específicas do desenvolvimento. Entretanto, falar sobre cada uma delas dará muito pano para manga. Dou-me por satisfeito e resigno-me à sugestões, ideias, contribuições ou mesmo discussões!
(https://cienciadocerebro.wordpress.com/2012/09/05/o-que-e-desenvolvimento-cognitivo/)

Nenhum comentário: