Deu branco! Quem já não passou por essa experiência? Estava tudo na cabeça, mas bastou olhar para a prova e ler a pergunta, a informação fugiu! E quanto àquela resposta que está “na ponta da língua”, mas não sai de jeito nenhum? E pior: basta entregar a prova que a informação aparece, inteirinha, só que na hora errada, em que não é mais necessária?
Essas situações acontecem porque nossa memória pode nos pregar peças, que são chamadas por alguns autores de “pecados da memória”. Nós os conhecemos no dia a dia, mas é importante saber como eles acontecem e, principalmente, como evitá-los. Vamos começar pelos três principais: o bloqueio, a atribuição inadequada e a transiência.
O bloqueio acontece quando uma informação é armazenada no cérebro, mas você não consegue acessá-la, ou seja, lembrá-la na hora em que você deseja, principalmente na hora da prova. Ele é conhecido como o efeito “ponta da língua”: você sabe, você viu muitas vezes, está quase conseguindo se lembrar, mas a informação simplesmente escapa. Para aumentar a frustração, a informação reaparece logo que ela não é mais necessária. O bloqueio acontece mais facilmente com lembranças específicas como nomes próprios, datas, locais, e as provas de História e Ciências são mestras em fazê-lo aparecer.
A atribuição inadequada é a que causa grandes surpresas na correção da prova. Quando isso acontece, você atribui uma informação a uma fonte diferente e, normalmente, dizemos que “confundimos” as informações. Eu explico: Imagine que você estudou sobre o sistema nervoso, e havia lá duas informações – que neurônios são as células do sistema nervoso e que nervos são feixes formados por dendritos ou axônios, que são as fibras nervosas, revestidos por tecido conjuntivo. Portanto, são duas palavras, com definições diferentes. Na hora da prova, sua memória inverte as explicações e, quando você lê a pergunta “O que são nervos?”, responde “nervos são células do sistema nervoso”. Obviamente a resposta está errada, porque, devido à atribuição inadequada, sua memória confunde as duas e o resultado é desastroso.
A transiência é o terceiro pecado da memória. É o simples esquecimento, que acontece quando não utilizamos a informação que recebemos. Para mais informações, leia o artigo “Não seja vítima da transiência”.
Para evitá-los, existe um remédio infalível: fazer revisões frequentes da matéria. Assim que o professor ensinar, chegue em casa e revise as informações. No dia seguinte, faça a mesma coisa. Se forem nomes e datas, faça um cartaz e pregue-o em sua parede. Só não deixe para estudá-lo na véspera da prova, ou correrá o risco de ser atacado por esses vilões.
Portanto, se você quer escapar desses vilões, organize-se! Faça um plano de estudos que permita a você revisar a matéria várias vezes, e use a tecnologia a seu favor. Acredite, o resultado compensa!
Fonte: Lilian Martins Larroca, educaçãoadventista.org.br