Olá amigos, à alguns dias foi me proposto analisar o caso da menina Cristina, um caso muito intrigante e ao mesmo tempo compreensível mediante a condição em que a criança se encontrava. Fica a necessita de termos profissionais na educação capazes que prestar atendimento a esses casos.
Obs. O nome Cristina é fictício para preservar a identidade da criança.
ESTUDO DE CASO
Caso – A história de Cristina
A professora de educação infantil está
preocupada com o comportamento de Cristina: uma menina de 5 anos, que frequenta
a escola. Durante as atividades na classe em lugar de pedir algo ou manifestar
verbalmente seu mal-estar, arranha-se toda, bate violentamente em seu próprio
rosto, fica vermelha e arranca os cabelos, mas não chora, nem grita ou diz o
que está sentindo. Muitas vezes a professora tem que segurá-la para que não
continue com aquilo. Cristina já está há mais de um mês na classe e suas
atitudes de autoagressão não diminuem.
A professora de Cristina solicitou apoio da
professora da sala de recurso, que foi observar a aluna durante as aulas e
participou da entrevista com os pais feita pela professora. Com as informações
obtidas, conversaram e resolveram solicitar uma reunião com a equipe gestora da
escola (diretora, vice, coordenadora pedagógica) com o objetivo de expor a
situação de Cristina, analisar a situação e pensar em conjunto uma forma de
ajudar a escolarização da Cristina.
O resumo feito pela professora dizia mais ou
menos o seguinte: “Os pais de Cristina são jovens – ele tem 22 anos e ela 21.
Tiveram Cristina quando eram ainda muito novos e vivem com a sogra. Ambos
concluíram o ensino médio. O pai é mecânico de automóveis e trabalha em uma
oficina, todos os dias da semana, menos aos domingos de forma que dedica pouco
tempo à filha. A mãe, D. Rosa está grávida, cuida dos trabalhos domésticos e
toma conta dos filhos menores.”
Cristina é muito calada, não brinca com suas
coleguinhas, mas quando gosta de alguma coisa se entusiasma e trabalha bem. A
aluna desenha pinta e recorta muito bem. Na hora das historinhas, ela se mostra
muito disposta a escutar e sente prazer folhear e admirar as páginas do livro.
No entanto, não aceita juntar-se a algum
coleguinha, mesmo quando chamada à atenção ou para acompanhar alguma instrução
de trabalho ou de brincadeiras em grupo.
A professora da sala de recursos especialista
na área de educação
especial, por sua vez, informa que:
“Cristina é tratada de modo especial, quando
assume essas atitudes de auto-agressão,
mas não quando está tranquila, trabalhando... O fato é que a professora
conta com uma auxiliar apenas por poucas horas (para levar ás crianças ao
banheiro e acompanhar na hora do
lanche), mas em geral precisa atender a 30
aluno(a)s pequenos, que demandam muita atenção. A especialista está convencida
de que a menina não recebe atenção suficiente de sua mãe e, muito menos, de seu
pai. Sugere que para começar, uma forma bem simples de
trabalhar com Cristina seria orientar os
pais para darem atenção a filha quando esta estivesse tranquila, assim como a
professora deve reforçar permanentemente os cuidados com Cristina nas aulas,
sempre que esta mostrar-se interessada em algo e quando estiver tranquila, para
que sinta afeto por parte da professora e consiga entender que não precisa
se machucar para atrair a atenção das
pessoas ao seu redor. Na mesma linha, propõe que todos ali presentes pudessem
apoiar a professora de Cristina na sala de aula e sugere que organizem um
cronograma baseado na disponibilidade de cada um. Outros integrantes
da equipe opinam que não há horário
disponível para ser ocupado com uma única menina. Dizem que a professora
deveria ser capaz de conter as atitudes de autoagressão de Cristina e que em
todas as classes há aluno(a)s que talvez precisem de mais ajuda do que essa
aluna.
A diretora propõe que a situação seja
analisada mais detidamente e solicita à coordenadora pedagógica que proceda a
uma revisão dos horários da dos membros da equipe.
A professora se sente desconfortável e
culpada por Cristina se auto agredir. Acha que, com tantas crianças na sala que
exigem seus cuidados, não consegue dar-lhe a atenção necessária.
Sr. Educador segue algumas sugestões que podem melhorar no caso de crianças que cometem auto agressão, observe.
No
caso da menina Cristina à observar sua idade e verificar que essa se encontra
na pré-escola, rodeada de outras crianças que ainda não conseguem entender
direito as mudança que ocorrem a sua volta e que a inserção no ambiente escolar
é um fato novo para elas e verificar que a menina pratica autoagressão e se
machuca constantemente quando não consegue se expressar ao querer alguma coisa
é um problema que requer muita atenção do professor e da equipe gestora da
escola.
Como
a professora fez em um primeiro momento, realmente é muito importante reunir a
equipe da escola para apresentar o problema e em conjunto estudar soluções para
ele, chamar os pais para uma reunião é outra coisa fundamental, verificar como
a menina se desenvolve no ambiente familiar e como ela se sente em relação a
família. Mais problemas serão encontrados no decorrer desse processo, no caso
de Cristina seus pais são muito novos e dedicam pouco tempo e atenção à menina.
Quando estamos de ante de casos de
agressão infantil e nesse caso autoagressão devemos entender que crianças
precisam interagir de forma saudável e positiva nas mais diversas situações que
ocorrem na família e na escola, nesse caso no ambiente escolar a professora
precisa favorecer essa interação, seja através da conversa ou atividades de inclusão,
o aluno precisa sentir que ele é aceito e incluído, precisa perceber que tem a
atenção do professor e que esse é compassivo aos seus anseios.
A escola precisa apoiar o professor,
e em conjunto buscar os recursos certos para resolver o problema, no caso de
Cristina observamos que alguns integrantes da escola disseram que a professora
deveria ser capaz de resolver o problema e que eles não teriam tempo de
dedicar-se a menina, no entanto a direção ágil de forma pouco eficiente apenas solicitou
que a coordenadora pedagógica formatasse uma revisão dos horários dos membros
da equipe.
Em casos como de Cristina onde a
criança se agride para chamar a atenção da professora e observando seu
histórico familiar percebemos a carência afetiva da menina, onde a pouca
atenção dos pais e seu contexto familiar fez refletir esse comportamento, deixando
a professora com a responsabilidade agora de ajudar a menina no seu
desenvolvimento saudável e controle emocional efetivo. Algumas ações na busca
de resolver essa situação se fazem necessárias tais como;
- Reunião com os pais.
- Reunião com a equipe escolar.
- Listar em pauta as ações agressivas da
criança.
- Convocar profissionais na área de psicologia
quando for o caso.
- Encontrar o motivo da criança se agredir,
seja ele disciplina familiar severa de mais, negligencia dos pais, ou ainda a
vivência diária da violência.
- Verificar
com psicólogo o possível caso de acriança está com retardo mental, autismo ou transtornos psicóticos e
quando for o caso orientar os pais na busca de um tratamento.
- Observar quanto a atenção dada a criança e
resolver seu problema de carência afetiva.
- Dar carinho e atenção quando a criança
solicita.
- Inclui-la em brincadeiras e trabalhos
coletivos.
- Abraçar carinhosamente a criança para que ela
se sinta incluída e aceita.
- Fazê-la se interessar por uma música ou envolvê-la em alguma
brincadeira, tirando o foco da agressão.
Para isso a professora, a família e a escola
precisam se envolver, trabalhar todos em conjunto para ajudar a criança a
superar esse problema, sabemos que a família é o principal exemplo de conduta
que a criança observa, mais quando nos referimos a escola é importante que a
professora procure resolver as situações diárias na escola da forma mais
equilibrada possível, gritar, alterar a voz, resolver os problemas de forma
agressiva não ajuda, o aluno pode reproduzir esse comportamento.
Observe na tabela abaixo algumas ações e
observações que devem ser consideradas quando nos deparamos com casos como de
Cristina, afim de tomarmos decisões que efetivamente melhore o desenvolvimento
da criança e sua relação com a escola e família.
Tabela 01. Ações dividida por grupo.
Pais
- familiares
|
Professor
|
Escola
– equipe escolar
|
Observar a
criança, dar carinhos e suprir as necessidades afetivas.
|
Converse com a turma sobre o que é certo e o que é
errado e combine regras de boa convivência.
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Dar
suporte a professora e a família.
|
Dar
condições de um desenvolvimento emocional, psicológico e social saudável.
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Contar histórias sobre amizade, amor e relações tranquilas, dar maior
atenção quando a criança estiver tranquila.
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Promover
bom relacionamento entre a equipe afim de atender melhor a criança.
|
Incluir a
criança na relação familiar, estabelecer limites e deveres.
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Promover a
convivência do grupo e recompensar as boas
condutas.
|
Garantir o
desenvolvimento educacional do aluno.
|
Conduzir a
criança as boas relações sócias, dando educação e disciplinando quando houver
necessidade
|
Criar uma relação de amizade e confiança com os alunos, estabelecer
claramente os limites de cada um.
|
Solicitar
e favorecer quando necessário a intervenção de profissionais nas áreas da
psicologia e saúde quando necessário.
|
Participar
de sua vida estudantil, fazer vistas periódicas a escola e procurar saber
como anda o desenvolvimento dela.
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Incentive manifestações de afeto, segurança, senso de responsabilidade
e de cooperação, nunca se deve gritar, brigar ou discrimine os alunos.
|
Organizar-se
para atender todas as crianças com qualidade e dando atenção maior as que
necessite mais.
|
O quadro lista uma seria de ações simples e
organizadas para minimizar esse problema, buscando orientar de forma coesa e
possível para a questão apresentada.
O indivíduo quando criança vivência uma seria
de experiências e novidades que são fundamentais no seu desenvolvimento, os
pais o professor e a escola precisam favorecer as boas relações, orientando a
criança na sua plena evolução como cidadão, dando importância e atenção as
necessidades da criança, afinal no seu desenvolvimento saudável todos são
figuras importantes, dessa forma os três precisam entender que um completa o
outro nessa caminhada.
(Rodrigo Botelho, 2014, UEMA)